sábado


Desistir
devia vir no dícionário como tambem sinônimo e coragem. Nem sempre é fácil desistir de algo....

Quiçá, desistir de alguém.

O amor não move o mundo. Não, o nosso mundo, meu bem.

Vivemos tempos dificeis. Se apaixonar em nossos tempos, é coisa chatonilda, são contos da carochinha.

Pegar o pulôver furta-cor do cabideiro, os sapatos cinza-chumbo e as chaves de casa.

Talvez partir. Talvez fugir.

E, olhe só, que irônia, meu amor...

Pediste tanto para que não desistisse de min e acabei eu mesma desistindo de ti...De min...de nós.

Tão embalde, tentei tornar o "eu" e "você" em "nós", ligar todas as entrelinhas que tornaram todo o fim possível.

Não deu. O destino não nós deu mais uma chance.

Terminamos tudo novamente e sem volta. (outra vez?).

Resistir...

Insistir....

Desistir...

Tantas opções teríamos e você me fez optar pela última.

Sinto muito. Não sei se você foi tão covarde quanto eu.

Não sei se me perdoaria.

Não sei se VOCÊ me perdoaria.

Mas, eu fui covarde, assumo.

Desistir de nós quando sequer sabia se você já tinha desistido.

Não há volta ou meio-termo.

Você já me conhece, sabe que não volto atrás em minha decisão.

Fechei sua porta. Fechei meu coração.

D-e-s-i-s-t-o. Sussurei pra min.

Não podia negar que uma parte de min queria que você me fizesse voltar.

Não fez. Não voltei.

E, sobre o desistir, hoje, o encontro com outro significado.

Pausademente, escrevo, entre meus rábiscos de minhas pautas amareladas:

"Desistir: ato de amor e covardia, prova de coragem e resistência. Atitude impensada, mas, no entanto, calculada friamente. Causa danos no seu corpo e coração. Algo que não voltará. Nada do que foi será um dia."
Já passa das 7 da noite e você continua sendo o pensamento mais dominante em minha mente. Desde que acordei várias coisas, pessoas e lugares vagaram meus pensamentos, mas só você continuo intacto.

Me pego cheio de dúvidas. Será possivel eu amar? Mas, logo eu? Logo eu que tinha tanto medo de amar. Logo eu que jurei á todos que não ia me apaixonar.

Não que nunca tivesse me apaixonado antes. Tinha sim. E era exatamente por isso que não queria mais.

"Oh, coração, seu estúpido, porque me desobedeceu?"

Que seja. Que assim seja.

Poxa, eu nem sei escrever sobre amor...Já andava tão acostumada á escrever sobre dores, traumas, medos e angústias.

Mas, não tenho do que reclamar, e sim agradecer.

Aliás, agradecer têm sido o que mais faço desde o dia que senti aquele sentimento denominado como "amor".

Poderia até dizer algo bem clichê que foi rápido. Mas, nem foi...

Você vinha me arrancando sorrisos, suspiros, delírios, sonhos, sentimentos...

Me vi tão envolvida. Tão....apaixonada.

"Que droga!" pensei. "Odeio essa palavra...apaixonada. Não estou. Não vou ficar."

Bem, não tinha mais como fugir do bem que você me causava.

Eu tentei, te juro que tentei.

Ainda tento fugir, confesso.

Tão inútil, tão em vão, tão tola...

Você já tem tanta coisa de min que não me sobra quase nada.

Quase.

Me sobra amor.

Me sobra sentimentos.

Me sobra pensamentos.

Simplesmente, é você.

Só você.

Você que consegue tirar um sorriso do meu rosto mesmo quando eu não estou á fim de sorrir.

Você que me faz querer te abraçar por horas.

Você que me deixou assim...

Meio louca.

Meio alucinada..

Assim, meio... apaixonada.
Eu nunca lidei muito bem com adeus. Até então, eu já sabia que era mais do que predestinado que todas as pessoas que entrassem na minha vida outrora ia sair. Mas, se tudo se reorganiza e o mundo gira como evitar os encontros quase que fatais?

Eu não queria. Não, não, eu não podia. Mas acabei me reencontrando com você outra vez.

Um tanto envergonhada, olhei-te. Parecia tão distante de min...De tudo que fomos.

Tantas conversas, brincadeiras, risadas que evaporaram no ar.

Ahh, o ar. O mesmo que eu respirava junto ao teu naquele instante.

"Puxa, você não mudou nada!" pensei em dizer. Calei-me.

Queria resgatar tudo aquilo. Mas, espere, tudo aquilo o que? Se nunca tivemos nada...

Então você me olhou. Sorriu.

Aquele sorriso irônico de quem sabia o porquê de eu estar alí...

Mesmo que nem eu mesma soubesse.

Seu all-star surrado, seu casaco azul escuro que você dizia ser preto...

Sua voz. Seu cheiro. Você...

E, naquele momento eu poderia te dizer tantas coisas, mas não, não disse...

Fui embora.

E, mais uma vez, eu não disse adeus.

terça-feira

Eu sempre vou me lembrar de todas ás vezes que você disse que me amava, que eu era única ou que me fez sorrir. Mas, isso não significa que hoje eu não chore.

Eu choro. Não consigo acreditar mais nas suas frases decoradas. Não importa mesmo se eu fui a primeira ou a 25ª á ouvir as mesmas. Dói do mesmo jeito.

Não é real. Nenhum elogio. Nenhum sentimento. É tudo uma grande farsa, uma grande máscara que você usa no seu interior para não fingir que sei o que você esconde por trás desse sorriso.

Diferente? Diferente de quem? Para quem? Por quanto tempo?

Antes, costumava deitar á cabeça no travesseiro e imaginar nosso futuro, pedindo ao papai do céu para realizar-lo.

Mas, quer a verdade? Hoje não.

Hoje, ao deitar a cabeça no travesseiro, após muitas lágrimas e um aperto no coração, eu peço: "Papai, me faz gostar menos dele, por favor."

Não posso pensar num futuro ao seu lado se o presente me faz me sentir tão incerta e insegura.

Você deve achar que não te amo. Está enganado outra vez.

Amo sim. E, amo muito. Não mentiria para você assim....

Mas, do que adianta te dar o céu se posso cair num abismo logo após?

Não quero que segure minha mão. Não quero que me beije a testa ou que pense que sou sua.

Mas, que droga, eu sou tão sua. Eu estou tão na sua...

Não. Repito em mantra: "Não estou na sua. Já foi. Não acredito mais em nenhuma palavra." E não acredito mesmo.

Mas, aí, vem você, com aquelas malditas palavras perfurando meu coração.

Ei, cavaleiro prateado, me dê sua armadura e sua lança. Também quero lutar.

Me deixa te esquecer. Me deixa viver.

Não me faça cair novamente. Não diga suas frases equivocadas que nem você sabe. Não fale para min o que fala para mil outras.

"Gosto do timbre da sua voz, sabia?" Pensei em falar ao ouvir-la no telefone.

Não gosto mais.

Morfina, morfina. Estúpida morfina, porque não funciona mais?

Droga com efeito inverso. Amor ao contrário. Tudo jogado, espalhado, despedaçado no ar.

Aos solavancos, vou levando a vida.

Fingindo que está tudo bem. Não está.

Suas palavras quase me convenceram, mas não vou mais voltar atrás...

Não vou acreditar mais numa palavra sequer.

Nem naquele seu sorriso que me deixa tão sem ar.

Vou continuar pedindo aos céus para gostar menos de você.

Ainda acordo com esperanças de um dia você gostar só de min. De mais ninguém. Só conseguir dizer tuas melodias á min.

E, novamente, essa história termina com uma lágrima dolorida, que molha o meu travesseiro e pertuba minha doce insônia...

E ainda dizem que o amor verdaderiro não dói...