quinta-feira

Como que se perdermos assim? Algo me fugiu do controle. Escapou entre minha mão e escorreu pelos dedos. Desde que te vi partir, algumas dúvidas vieram me torturar. O que realmente éramos? Era tão bonito. Mas, porque agora tudo que tão bonito era me dói? Porque tantas lágrimas ao ouvir aquela nossa música na rádio? O que houve com nosso amor? “(...) Era um amor tão pobre que não durou”.  O fim deveria ser mais uma chance para o recomeço. E, porque não é? Não posso te encontrar, naquela esquina qualquer e te abraçar e dizer que senti sua falta? Infantilidade da minha parte, eu sei. Escrever sobre você... Novamente? Depois de tanto tempo, esse sentimento ainda não se perdeu. Dói pensar em você, em nós, em o que fomos e no que nós tornamos. Meu orgulho foi deixado de lado assim que decidi escrever sobre você, logo ali, na primeira linha. Nem era para ser sobre você! De novo? Não tinha outro assunto? Não tinha outro pensamento? Poxa, não tinha outro sentimento? Não. Não tinha. Tinha que ser justo você. E, estou deixando tudo que ainda me resta para dizer tão publicamente que sinto sua falta.  Eu não era tão inteligente? Porque me sinto tão inútil se o assunto é você? Na sua matéria, fui reprovada. Mais do que reprovada, estou desorientada. Pensei em comprar uma bússola. Lembrei que de qualquer jeito, você continuaria me levando para o Sul junto com você. Não tinha porto ou meio-termo nesta viajem. Levantei-me para preparar um chá. Amargamente dócil. Agridoce. “Do jeito que você gostava...” pensei. Chorei. Sinto um perfume teu que marcado ficou no meu travesseiro. Talvez seja por isso que passei a dormir na sala. Seu perfume forte, que eu tanto reclamava hoje já me sufoca. Ligar a televisão na ânsia de me distrair de você... Descubro que seu time ganhou. Consigo lembrar da tua euforia quando isso acontecia. Seu sorriso. Sua comemoração com cerveja amanteigada. Ainda sei qual a tua marca predileta. Será que continua com os mesmos gostos? E aquela tua camiseta azul-marinho? A minha preferida... Lembro-me de muitas vezes acordar usando-a. Ficava como um vestido pra min, mas, você teimava em dizer que eu estava sexy. Sabe aquele hematoma roxo da minha perna que você fez com suas unhas mal-cortadas? Ainda está aqui.  Assim como tudo seu está aqui. Lembra quando te mandei uma mensagem dizendo que esqueceu algo aqui e você disse “volto logo pra buscar-las?”. Me desculpe, eu menti. Não são tuas meias. Nem tua gravata. Sou eu! Quando você foi embora, você esqueceu de me levar!

quarta-feira



Ei! Preste atenção, naquela menina. Tímida, não é? Você já percebeu que quando ela olha nos seus olhos, logo ela desvia o olhar? Ou como ela tampa a boca com as mãos quando ri, como se seu sorriso fosse algum crime? E, quem sabe, você já parou para observar a forma dela de falar errado? E, aquele jeito de arquear as sobrancelhas ironicamente? Aposto que não.  Você nem sequer a percebe. Mas, deixe-me contar um segredo sobre aquela garota. Ela gosta de você. Percebe isso? Não? Como não? Não observou aquele brilho no olhar dela daquela vez que vocês se viram? Aquele tom tímido de falar com você? Aquela falta de jeito de puxar assunto com você? Ou até o fato, que ela está sempre falando com você no MSN, seja o assunto mais bobo do mundo? Nunca percebeu que todos os elogios, vinham com uma mensagem oculta de: “Eu gosto de você, cara”.  Preste atenção ao conversar com ela. Já percebeu que ela nunca te chama pelo teu nome? É “você”, “tu”, mas nunca o teu nome. Lembra daquela vez que ela te pediu desculpas meio sem jeito? Você sabia que naquele dia ela foi dormir chorando e lembrou de você? Já percebeu o tanto de besteiras que ela fala? Nada que faça muito sentido... É que só assim, ela consegue imaginar você sorrindo. Ela nunca dá em cima de você, pelo menos, não diretamente. Mas torce que um dia você a veja mais do que uma “amiga”. Aliás, eu imagino que vocês são amigos, certo? Bem, se não são ainda, tudo bem. São bem próximos. E, pelo que sinto sobre aquela menina, ela bem que quer ser no mínimo tua amiga.  Já parou pra ler as frases e trechos que ela coloca no subnick do MSN? Sabia que cada uma dela é algo á ver com você? E, ás vezes, tudo que aquela menininha quer é ser tua. Ela bem que queria poder te abraçar. Alguma coisa dentro dela diz que vocês combinam. Por quê? Bem, ela também não sabe. Mas, ela sempre acha que vocês têm “tudo á ver”. Engraçado, como vocês estão tão longe, mas ela te sente tão perto. Ela fica hora pensando no que te falar, qualquer coisa para que você goste dela. Mas, ela nunca consegue. E, acaba sempre falando sempre as mesmas coisas. Ás vezes, ela se sente triste ao ler qualquer coisa tua e que tenha relacionada á outra garota. Mas, ela vai fazer o que? Gritar “Ei, idiota, eu gosto de você”? Bem que ela tem vontade. Mas, ela tem medo de se envolver e acabar ter perdendo de uma vez. Á noite, antes de dormir, ela tem sonhos tão ternos. Como aquela garotinha tímida, de fala errada e sorriso torto, queria te ter só pra ela, e poder enfim te fazer sorrir, te abraçar, te beijar, cuidar de você, simplesmente, amar você... 

terça-feira






“Aqui jaz um coração.” Escreveu no mármore branco com sua tinta de escrita negra. Foi quando escutou uma voz familiar atrás dela:

- O que faz aqui, garota?
- Nada. Só vim enterrar algo, aqui.
- O que enterrou?
- Vim enterrar meu coração.
- Está louca? Como enterras teu próprio coração?
- Não me serve mais.
- Coração não é como um objeto descartável, que após o vencimento você simplesmente joga no lixo.
- Não quero mais sentir.
- E, por isso, enterrou teu coração?
- Não.
- E, pelo o que foi então?
- Foi por amor.
- Enterrou teu coração por amor?
- Sim.
- Que tipo de amor é este?
- Amor próprio.

sábado



Olá, tudo bem? Lembra-se de min? Não? Tudo bem. Talvez, o que eu te fale, possa refrescar um pouco sua memória.
Sou aquele que nunca te abandonou, mesmo quando todo mundo o fez. Sou aquele que te segurou nos braços e não te deixei cair. E, se por acaso, caísse, te dei a mão para te ajudar á levantar. Sou aquele que estive contigo em todos os momentos da tua vida. Sou aquele que limpei todas tuas lágrimas. Que te dei aquela palavra de conforto quando você precisava. Sou aquele que te ama acima de todas as coisas. Eu sou aquele que nunca te farei mal algum. Sou seu amigo fiel. Pai. Protetor. Seu amparo. Guardião. Velo teu sono todas as noites. E, você nem me vê. Ás vezes, você dorme e nem sequer conversou comigo. Seus dias são tão corridos, que muitas vezes você se esquece de me dizer um “Obrigado”. Isso me dói. Muito. Mas, eu continuo te amando. E, todos os dias, eu te darei uma nova chance. Ás vezes, eu te repreendo para que você se lembre mais de min. Mas, você apenas me julga pelo ocorrido. Coloco-te em vários desafios, apenas para te mostrar o quanto você é forte... E, você simplesmente me despreza. Você muitas vezes tem grandes vitórias que eu preparei para tua vida... Mas, você nem me deixa compartilhar-las com você. Ás vezes, você se cansa de min. Mas, eu nunca me canso de você. Lembrou-se de quem sou? Eu sou teu Deus. Eu dei minha vida por você, lembra? Ei, ainda me ouve? Já dormiu. Tudo bem. Durma bem. Eu fico bem aqui, cuidando de ti. Como sempre fiz. Eu te amo, filho. 



Fiz-me de amiga pra poder te guiar. Levar-te pra longe. Num lugar só nosso. Para, de lá, enxergamos as estrelas. Éramos cúmplices. Confidentes. Arrisquei-me em dizer que éramos “almas-gemeas”. Algo nós unia. E, mesmo que brigássemos algo sempre nós traríamos de volta. O que era realmente aquilo eu nunca saberei. Jamais achei um nome cabível para nosso elo. Fui pra você, tudo que desejava em alguém para min. Amiga ou amante, não importa como você me queria no dia... Eu estaria ali. Quantas vezes eu cuidei de você, por madrugadas frias e cinzentas. Até um dia, você passou por min. Fingiu não me reconhecer. “É só um mau dia.” Pensei. Tentei qualquer contato contigo. Respostas frias. Aliás, não sei se poderia chamar um leve balançar de cabeça ao responder “sim” e “não” uma resposta. Lembrei-me dos velhos tempos. De quando brincávamos de ser feliz. Riamos de tudo. Nossas manias, intimidades, brincadeiras. Só nossas. Pedi conselho á todos. E, ouvi sempre á mesma coisa: “Afaste-se.”. Não consegui. Você era tudo que eu já tive um dia. Ou, talvez, tudo que eu jamais tive... Mas, sempre quis ter. Com o tempo você conheceu outras pessoas. Não posso me fazer de inocente. Também conheci. Mas, as outras pessoas que conheci tinham uma desvantagem enorme: Nenhuma era você. Nenhuma me fazia rir como você. Nenhuma me fazia tão feliz como você... E, suas novas amigas? Pareciam perfeitas. Talvez, era aquilo que você sempre desejou.  Amigas, amantes. Risadas. Intimidades. Compartilharam cada momento de tristeza e alegria seu. Quando você estivesse doente, elas ficariam contigo em madrugadas cinzentas, não ficariam? Elas enfrentariam á chuva das 5 da tarde, pra ir à tua casa e apenas te abraçar, não enfrentariam? Era fariam tudo àquilo que um dia eu fiz. Seriam tuas melhores amigas... Até, que um dia você encontraria outras melhores... Já era sua lei. Decepcionada, com o que você se tornou logo me afastei. E, hoje, de longe, observo-te... Observo como alguém que já foi tudo em minha vida. E, hoje, não faz questão de ser nem mesmo um mero conhecido.







- Você só tem dezesseis anos. Como pode achar que sabe algo da vida?
- Não acho que sei. Eu realmente sei.
- Ora! Mais que petulância.
- Não foi uma ofensa.
- Me digas, então. O que sabes sobre a vida?
(Silêncio).
“Maldita hora que o silêncio não vale mais que mil palavras...” pensou.
- Sei amar.
- Não sabes.
- Sei.
- E, me digas, então: Como aprendeu á amar?
- Me machucando.
- Como te machucaste?
- Me feriram.
- E, como te feriram?
- Não me corresponderam.
- Ora, pois. Isto não seria “não saber amar”?
- Devo-lhe dizer que isso sim é amar. É sofrer.
- O amor é algo bom.
- Mas, dói.
- Ele pode fazer-te sorrir.
- Mas, antes de me fazer sorrir, ele vai me machucar diversas vezes.
E, foi-se embora. Como se soubesse demais. Como se não soubesse de mais nada.