- Você só
tem dezesseis anos. Como pode achar que sabe algo da vida?
- Não
acho que sei. Eu realmente sei.
- Ora! Mais
que petulância.
- Não foi
uma ofensa.
- Me
digas, então. O que sabes sobre a vida?
(Silêncio).
“Maldita
hora que o silêncio não vale mais que mil palavras...” pensou.
- Sei
amar.
- Não
sabes.
- Sei.
- E, me
digas, então: Como aprendeu á amar?
- Me
machucando.
- Como te
machucaste?
- Me
feriram.
- E, como
te feriram?
- Não me
corresponderam.
- Ora,
pois. Isto não seria “não saber amar”?
-
Devo-lhe dizer que isso sim é amar. É sofrer.
- O amor é
algo bom.
- Mas, dói.
- Ele pode
fazer-te sorrir.
- Mas,
antes de me fazer sorrir, ele vai me machucar diversas vezes.
E, foi-se
embora. Como se soubesse demais. Como se não soubesse de mais nada.