sábado

Eu nunca lidei muito bem com adeus. Até então, eu já sabia que era mais do que predestinado que todas as pessoas que entrassem na minha vida outrora ia sair. Mas, se tudo se reorganiza e o mundo gira como evitar os encontros quase que fatais?

Eu não queria. Não, não, eu não podia. Mas acabei me reencontrando com você outra vez.

Um tanto envergonhada, olhei-te. Parecia tão distante de min...De tudo que fomos.

Tantas conversas, brincadeiras, risadas que evaporaram no ar.

Ahh, o ar. O mesmo que eu respirava junto ao teu naquele instante.

"Puxa, você não mudou nada!" pensei em dizer. Calei-me.

Queria resgatar tudo aquilo. Mas, espere, tudo aquilo o que? Se nunca tivemos nada...

Então você me olhou. Sorriu.

Aquele sorriso irônico de quem sabia o porquê de eu estar alí...

Mesmo que nem eu mesma soubesse.

Seu all-star surrado, seu casaco azul escuro que você dizia ser preto...

Sua voz. Seu cheiro. Você...

E, naquele momento eu poderia te dizer tantas coisas, mas não, não disse...

Fui embora.

E, mais uma vez, eu não disse adeus.