domingo

Pensei em não voltar mais á escrever. Mas os conturbados caminhos me fizeram voltar á estas linhas de pauta amarelada. Um pouco mais de café amargo, alguns pingos de uma chuva fina garoando sobre minha janela e me sinto novamente pronta para confrontar meu eu interior. Mas, afinal, o que te andas acontecendo, novamente, garotinha? Não cansas de tanto sofrer? Suponho que não.

Tudo é superfluo. Nem tudo que parece real, é. Mentiras podem ser fácilmente confundidas com a verdade. Verdades jamais podem ser confundidas com a mentira...

E nesse nó, o que é real? De todas as meias-verdades que já ouvi, prefiro acreditar que todo o resto é uma grande mentira.

Confianças são quebradas. Promessas também. Por que dizer algo que não vai cumprir?

Boneca de pano jogada no chão. Sem coração, mas com sentimentos. Ei, porque roubas teu amor?

Ainda sinto aquela lágrima que não chorei. Aquela que guardei no peito para por um sorriso falso no rosto. Até quando ela ficará trancafiada?

Não há respostas, mas estou cheia das perguntas. Começo um pensamento otimista: "E se...". Sou interrompida pelo lado pessimista. Porque ainda acredita no que te dizem, menina tola? Nestes anos nada aprendestes?

Disse que não ia mais chorar. Chorou. Disse que não ia mais confiar. Confiou. Disse que não ia mais amar...

E, quando a boneca de pano levanta-se, ela vê a realidade. Nada é real. Tudo superfluo. Apenas aquela gota salgada que salpica suas bochechas rosadas...E, desta vez, não é apenas uma garoa passageira...